O objetivo desse levantamento foi mapear a realidade e a opinião dos atletas masters de diferentes esportes, de maneira informal (não acadêmica), possibilitando ter uma primeira impressão de como é visto o esporte master no país. A pesquisa ocorreu entre 7 e 14 de julho de 2022 e utilizou a plataforma Google Forms. Foram consultados 1.170 atletas, de 41 esportes diferentes.

Já ouviu o ditado que diz que “praticar esportes não tem idade”? Para responder a essa pergunta, é só dar uma espiadinha em quadras, academias, pistas de ciclismo e corrida, piscinas, tatames e campos de futebol pelo país afora.

Cada vez mais, pessoas de meia idade ou mais são atuantes em diferentes práticas esportivas. E, muitas vezes, o desempenho delas não deixa nada a desejar para os mais novos. (Figura 1)

Muitos já vêm de uma cultura de prática esportiva, outros começaram mais tarde em algum esporte, mostrando que não existe idade mínima para começar a se dedicar a uma atividade física. Esse grupo de praticantes de esportes, cada vez mais numeroso no Brasil, são os atletas masters, que são definidos como aqueles com mais de 25 anos de idade.

As atividades esportivas mais praticadas pelos atletas que participaram do levantamento foram natação (321 participantes); basquete (204); vôlei (204) e corrida (166).

Já outros seis esportes ficaram num grupo intermediário nos resultados da pesquisa: ciclismo (54); triatlo (52); beach tennis (46), tênis (23), remo (22) e musculação (11). Apesar disso, inúmeras modalidades foram citadas pelos respondentes, como esgrima, hipismo, jet-ski, surf, futebol, atletismo, dentre outras. (Figura 2)

Figura 2. As atividades esportivas mais praticadas pelos atletas veteranos.

Duas faixas etárias se destacaram entre os atletas consultados: esportistas entre 41 e 50 anos (30%) e entre 51 e 60 anos (30%). Os entrevistados que têm entre 61 e 70 anos foram 18% e com mais de 70 anos, 5%.

Para a maior parte dos atletas consultados, não há reconhecimento pela sociedade do esporte master (74% dos participantes). Segundo a pesquisa, os próprios entrevistados não sabem quantos atletas masters existem no Brasil (apenas 5% disseram saber).

Mas esse desconhecimento vai além na opinião destes esportistas. Para 83% dos entrevistados, as empresas não sabem o que é um atleta master e para 96% os empresários ainda não valorizam esse esportista. O setor empresarial, que poderia enxergar grande potencial no apoio a esses atletas, ainda os desconhece, de modo geral.

Isso pode estar relacionado com o desinteresse dos meios de comunicação. Para 96% dos entrevistados, a mídia também não valoriza o atleta master.

Um dos resultados disso é que falta apoio para o atleta master. Dentre os consultados, apenas 5% possuem patrocínio.

Mas por que isso ocorre? Um motivo pode ser o preconceito que existe ao se abordar o esporte master nas diferentes esferas da sociedade. Dos entrevistados, 55% concordam que ocorre esse preconceito.

No entanto, considerando todos os atletas masters que participaram desta pesquisa, 47% gastam por mês com a prática esportiva um valor médio de R$ 500,00. Já 29% destinam R$ 1.500,00 para a modalidade. Outros 10% gastam mais de R$ 1.500,00 e 14% dos esportistas consultados não souberam responder.

Com isso, o marketing esportivo pode estar perdendo uma oportunidade por não priorizar os esportistas veteranos, ignorando histórias e experiências interessantes que poderiam estimular o surgimento de novos atletas, independente da idade.

Na visão de 94% dos participantes da pesquisa, os praticantes masters de diferentes esportes podem influenciar positivamente crianças, adolescentes e sedentários. Mais do que isso: para 88%, esses esportivas com idade acima dos 40 anos podem ser formadores de opinião.

Dentre os entrevistados, 75% têm treinadores que praticam a mesma modalidade esportiva. Além disso, 58% dos masters entrevistados recebem planilhas para o treino elaboradas pelo treinador, sendo que 56% desses atletas praticam a modalidade de acordo com a periodização elaborada pelo instrutor.

Outro dado importante é que o "coach" para o atleta master não é valorizado no cenário nacional na opinião de 93% dos respondentes.

Do total de entrevistados, 89% nunca viram um protocolo adequado para atleta master.

Alguns estudos já têm sido realizados com foco nos atletas masters. Isso está relacionado com o número crescente de praticantes de variadas modalidades, e pelo interesse da população em assegurar saúde e qualidade de vida após os 40 anos.

Mas será que todo o conhecimento acumulado na área esportiva no país tem contribuído para melhorar a prática esportiva dos atletas masters? Vamos conferir alguns dados revelados por esta pesquisa: Na visão de 92%, faltam no país pesquisas e estudos científicos referentes a esses atletas. E 89% dos esportivas consultados não fazem uso de terapias integrativas.

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