Versão Digital - Estudo das estratégias de braçadas de nadadores, demonstrando a importância da frequência e do comprimento para a mensuração da eficiência mecânica
Figura. Fernando Scherer e Gustavo Borges eram confrontados com a evolução geral da natação brasileira nos anos 90.
Estudo das estratégias de braçadas de nadadores, demonstrando a importância da frequência e do comprimento para a mensuração da eficiência mecânica a
Palavras-chave: braçada, natação, frequência da braçada, distância da braçada, hidrodinâmica, lactato
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RESUMO
O objetivo deste artigo é, além de uma revisão pormenorizada sobre os estudos envolvendo as estratégia de braçadas utilizadas pelos nadadores e nadadoras em todo mundo, apresentar resultados de pesquisas desenvolvidas em nadadores brasileiros, demonstrando com isso a importância da frequência média de braçadas - FMB e da distância média por braçadas - DMB para a avaliação do desempenho dos atletas. Para isso o trabalho é iniciado com uma apresentação sobre a relação da produção de energia e o deslocamento do nadador, estudando-se princípios relacionados a hidrodinâmica da natação, os conceitos de velocidade média, FMB e DMB, itens esses que auxiliarão na interpretação sobre a utilização dessas variáveis como um meio de mensuração indireta da eficiência mecânica do nadador. O texto continua com dados da literatura que mostram a importância das variáveis antropométricas, e por fim buscando uma interpretação conclusiva.
INTRODUÇÃO
O planejamento da sessões de treinamento faz parte das ações fundamentais que técnicos devem ter para procurar errar o mínimo possível ao dar os estímulos para o nadador e a nadadora, objetivando a melhoria do desempenho do atleta e a possibilidade de adaptação para novas cargas.
O controle do treino deve ser feito para acompanhar, confirmar e corrigir este planejamento. Apesar disso, todas as variáveis utilizadas para este controle devem ser interpretadas a partir das condições individuais técnicas, físicas e psicológicas do atleta, da fase do treinamento, das condições de treinabilidade, e outros fatores, e nem sempre os "padrões" devem ser seguidos, como por exemplo distâncias, número de estímulos, tempos de séries, que são encontradas em tabelas.
Sabemos que os níveis de lactato sanguíneo oferecem informações concretas sobre a intensidade e auxiliam na interpretação do esforço planejado e daquele esforço que realmente foi ou será desenvolvido pelo atleta. Porém, nem sempre pode ser utilizado por ser um método de controle invasivo e oneroso para muitos dos clubes e escolas.
Sendo assim, as variáveis mois utilizadas para o planejamento e controle das sessões de treinamento na natação são: o tempo e a frequência cardíaca.
A frequência cardíaca e o tempo podem ser planejados a partir de testes e/ou séries específicas aeróbias, anaeróbias e de velocidade, sendo que o cronômetro é o instrumento utilizado para este controle.
Além dessas variáveis de controle já mencionadas, o número de braçadas pode se tornar um poderoso instrumento para o técnico e o nadador. A partir do número de braçadas - NB, pode-se calcular a frequência média de braçadas - FMB, e a distância média por braçadas - DMB (também chamada de comprimento de braçadas). Além disso, é uma metodologia simples e disponível às equipes, sendo impreterível nos planejamentos de nadadores de todos os níveis, categorias e estilos.
MENSURAÇÃO INDIRETA DA EFICIÊNCIA DO NADADOR
O problema da propulsão no meio líquido e o "como" executar a mecânica dos movimentos dos nados pode determinar a boa eficiência do nadador e permitir-lhe a busca da melhoria dos resultados, independente da competição interna ou externo. Numa abordagem psicológica, a competição externa é considerada tradicional, onde o atleta compete sempre "contra" algum adversário, enquanto que a psicologia holística propõe uma outra dimensão, sugerindo a discussão e a adoção da "competição interna" (1).
A velocidade na natação pode ser descrita pela relação existente entre a produção de energia provinda dos músculos, a eficiência e a resistência ao avanço que o corpo recebe ao tentar se deslocar (2).
Assim, poderíamos dizer que ao deslocar-se na água, o nadador deve experimentar duas forças totalmente antagônicas: 1) a força que promove a sua propulsão; e 2) a resistência ao avanço do corpo que o mesmo sofre em função do meio.
Resistência ao avanço do corpo na verdade simplifica uma ação envolvente de três forças, as forças resistivas totais dependentes da: forma do corpo e a separação do fluxo laminar, ou resistência de forma da extensão e características da camada de contorno corporal - fricção da pele -, ou resistência de superfície; e resistência devida a formação de ondas, ou simplesmente resistência de ondas.
A força causada pela resistência ao avanço do corpo aumenta com o aumento da velocidade do nado, e esta relação é uma função algébrica ou seja, quando dobramos a velocidade desenvolvida pelo nadador a resistência ao avanço também se elevará mais, aproximadamente ao quadrado.
Isto, é claro, não significa que o nadador não deverá procurar aumentar a sua velocidade, melhorando os seus resultados, pois, seria incoerente com o objetivo da natação competitiva. Por outro lado, os seus treinos deverão proporcionar-lhe o aprendizado da melhor técnica possível e também a aplicação desta técnica em diferentes velocidades e situações para que evite ao máximo possível os efeitos negativos das forças resistivas, ou simplesmente resistência ao avanço do corpo, já que esta atuará contra a direção em que o corpo, ou qualquer parte dele, se mova.
Quando passamos a conhecer os princípios hidrodinâmicos relacionados com a resistência ao avanço, podemos de forma eficiente, aplicar melhor os movimentos técnicos dos nados e também procurar adequá-los de acordo com as características individuais dos atletas. Porém, esses princípios são de difícil mensuração, ficando as formas indiretas, mas não menos fidedignas, mais disponíveis para o dia-a-dia dos técnicos e nadadores. Essas formas indiretas são a NB, a FMB, a DMB resultantes da aplicação da técnica dos nados.
Esses movimentos técnicos basicamente de braços e de pernas mas, fundamentalmente, com uma relação de harmonia de todo o corpo, levam o nadador à frente, fazendo-o vencer o efeito freador do meio fluido. Isto inclui também os métodos de treinamento que visam exclusivamente os efeitos fisiológicos, pois de nada servirão as tentativas para fazer o nadador atingir um determinado nível de consumo máximo de oxigênio ou nível de concentração de lactato sanguíneo se ele não realizar as séries com boa técnica de nado.
PRINCÍPIOS HIDRODINÂMICOS E A TEORIA DA SUSTENTAÇÃO
A invenção do esporte olímpico "natação", com suas regras para piscinas, ocorreu há pouco tempo e isto pode ser entendido como um processo de tentativa do homem "moderno", do homem da era industrial, apropriar-se dos meios naturais. A FINA ocupa-se desta tarefa.
Desde muito antes da apropriação da água pelo homem através do esporte natação, os princípios hidrodinâmicos relacionados ao ato de nadar não se modificaram em nenhum momento, mas a compreensão do porque o nadador se desloca no meio líquido tomou outro caminho e principalmente o "como" os movimentos técnicos dos nados podem ser capazes de resultar em força propulsiva, vencendo a resistiva, a partir de duas clássicas publicações de Counsilman e Brown (3). Esses autores sugeriam que a sustentação ao invés da resistência (chamada assim por Maglischo pelo fato de se achar que, imprecisamente, os movimentos de braços que levam o nadador à frente deveriam ser realizados em linha reta e horizontalmente para trás) (4), poderia ser a principal fonte de propulsão do nadador.
A grande diferença é que percebeu-se que na técnica de nado de crawl, por exemplo, não se empurrava água para trás e o movimento dos braços, principalmente, não eram feitos em linha reta para trás. Para melhor entendimento, em nosso trabalho, procurou-se fazer uma revisão de vários autores sobre o tema (4-6).
Pelo momento, é importante destacar que com esta reformulação dos conceitos hidrodinâmicos (lembramos mais uma vez que os princípios hidrodinâmicos sempre estiveram presentes, mesmo que da forma inconsciente), permitiu-se observar diferenças na propulsão do nadador que domina a sustentação em comparação com aquele que não domina. Ressalta-se que, apesar de terem sido orientados de forma a puxarem os seus braços em linha reta horizontalmente para trás em alguns nados, todos os bons nadadores que participaram dos estudos citados (4,6) dominavam a propulsão segundo a atual teoria da sustentação, mas sem saber, e talvez por questão de habilidade, nunca deixaram de seguir em suas braçadas os princípios de Bernouilli e de Newton em sua terceira lei.
Na verdade a conhecimento da ciência, nesse caso, explica um fenômeno que já era "sentido" e colocado em prática por nadadores do nível de Mark Spitz, e que, é claro, hoje facilita as novas gerações de técnicos e nadadores. Se alguém quer participar da natação competitiva de alto-rendimento, é fundamental que domine o conteúdo que a envolve e aprofunde as pesquisas e descobertas a partir de experiências e experimentos.
CONCEITOS DE VELOCIDADE MÉDIA, FREQUÊNCIA E DISTÂNCIA MÉDIA DE BRAÇADA
Estas variáveis são tão importantes para a natação que já em 1952 (7), se procurava definir o que seria ciclo de braçada para proporcionar uma linguagem mais regular entre os profissionais envolvidos. Estes estudos descreviam ciclo de braçada como o movimento de entrada de um braço dentro da água até a outra entrada do mesmo braço. Também definiram frequência de braçada como o número de ciclos de braçadas por segundo. Com isso já previa, talvez, o auxílio que estes conceitos dariam aos estudos da natação, principalmente à natação competitiva.
A frequência média de braçada pode ser definida como o número de ciclos completos dos braços executados em um dado intervalo de tempo (5).
Se contarmos o número de ciclos de braçada e dividirmos pelo tempo gasto para percorrer determinada distância, teremos como resultante a frequência de braçada. Como o tempo gasto para um determinado percurso não é conseguido com a velocidade constante mas sim com a velocidade do corpo modificando-se a cada tempo e a cada espaço percorrido, diz- se que teremos a frequência média de braçada, apesar do número de ciclos ser de nível de mensuração intervalar, de acordo com a utilização do conceito estatístico, este também pode variar durante o percurso.
O comprimento médio de braçada, não foi definido nos estudos mais antigos (7), mas posteriormente (5) o definimos como a distância horizontal média percorrida durante a execução de um ciclo completo dos braços do mesmo.
Outros estudos (2) preferem utilizar a termo distância por braçada e definem como a distância deslocada através da água com cada braçada completa. Chamamos a atenção para que o termo "distância horizontal" (5) não seja confundida com aquele movimento que pode, erroneamente, ser realizado pelo braço do nadador durante a fase submersa (puxada da braçada), e sim, ele representa o deslocamento do corpo (2).
O comprimento médio de braçada ou distância média por braçada é encontrado dividindo-se a distância nadada (numerador) pelo número de ciclos dos braços (denominador).
O produto destas duas variáveis, frequência média de braçadas e distância média por braçada, FMB e DMB respectivamente, será igual a velocidade média ou Vm, ou ainda representada pelo tempo final da prova atingido pelo nadador, ou TF (Quadro). Sobre o exemplo (Quadro) é interessante notar que um ano antes o mesmo Rogério Romero para o tempo de 58seg30, havia nadado com um NB de 76, apresentando desta forma uma FMB de 78 ciclos/min e DMB de 1,32 m/ciclo, evidenciando melhoria do seu desempenho nas duas variáveis.
Vm = FMB x DMB (unidade em m/s)
FMB = no. de ciclos (NB) / tempo (min ou seg) (unidades em ciclos/seg ou ciclos/min) DMB = distância (m) / NB (unidades em m/ciclo) EXEMPLO: Rogério Romero nos 100 m nado costas durante Troféu Brasil/1992. Tempo = 57,34 NB= 67 FMB = 67 / 57,34 = 1,17 ciclos/seg ou 70 ciclos/min DMB = 100 / 67 = 1,49 m/ciclo
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Quadro. Vm = FMB x DMB
Salienta-se que alguns autores (8,2) preferem considerar um ciclo de braçada como sendo uma volta completa de ambos os braços, para o momento da mensuração do número de braçadas, ou NB. Desta maneira, para os nados com movimentos alternados dos braços, como no caso do livre (crawl) e costas , se contássemos o NB durante todo o percurso da piscina para calcular FMB e DMB, teríamos para esta variável valores "quebrados" em meia unidade de braçadas, como por exemplo vinte e duas braçadas e meia de nado crawl nos primeiros 50 metros da prova. Mas, como esses pesquisadores não contam o número de braçadas total, ou seja, aquele realizado durante todo o percurso e sim, fazem uma previsão das mesmas, este problema é superado. Na verdade medem, em geral, o NB e calculam o DMB e FMB para cada série de quatro ou cinco ciclos de braçada (como definido por eles) em cada distância completa por volta da prova.
IMPORTÂNCIA DA FMB E DMB E SUAS INTER-RELAÇÕES
'Tendo em vista a óbvia importância de obter a combinação ótima entre o comprimento e a frequência de braçada, é de algum modo surpreendente que a questão de como determinar esta combinação ótima tenha recebido tão pouca atenção daqueles interessados nas técnicas de natação.' (5)
Hoje, quase nenhum trabalho técnico de natação deixa de relacionar essas variáveis como importantes no controle e na análise das inter-relações entre elas.
Um nadador bem treinado descobre que é necessário aumentar o tempo em que aplica forças na fase submersa das braçadas para que seu DMB seja maior. Similarmente, para aumentar a sua FMB, o nadador reduz o tempo em que passa "puxando".
Assim, para não perder vantagens em forma de velocidade e para garantir que quando se aumenta um desses fatores o outro não sofra um grande decréscimo, ou vice-versa, é fundamental o conhecimento sobre esses fatores para cada nadador, prova e técnica de nado. Como já discutido anteriormente, se é para atender o trabalho da natação competitiva de alto rendimento, precisamos dominar profundamente todas as variáveis que fazem parte do processo de controle do treino do nadador.
O trabalho (9) que parece ter sido o primeiro a pesquisar este problema da relação entre as variáveis DMB e FMB filmou as provas eliminatórias e finais dos 100 metros do Campeonato Nacional de Natação da Nova Zelândia e contou o NB de cada nadador em cada prova, e com posse dos tempos oficiais, calculou posteriormente a DMB e a FMB. Observou-se que cálculo da velocidade média da distância total e o tempo da prova provavelmente superestima a velocidade verdadeira da natação em 3,0% nos 100 metros. Isto é facilmente explicado por causa dos efeitos causados pela saída do bloco e pelo impulso dado pelas pernas do nadador durante viradas, levando-o neste momentos a atingir uma velocidade maior do que a velocidade média conseguida na prova.
Apesar disso há concordância (2) com esta posição (9), mas afirmam (2) que, como os erros são sistemáticos e relativamente pequenos, provavelmente eles não tem influência na conclusão geral da interpretação do fenômeno. O estudo (9) também apresenta outros achados sobre relações significativas nos nados livre, costas e borboleta masculino e no borboleta feminino das variáveis DMB com o TF.
Nas provas de nado livre masculino, por exemplo, melhorias de tempo de 89 segundos para 69 segundos foram acompanhadas por um aumento pronunciado na DMB (34%) e um ligeiro decréscimo na FMB (6%). No nado costas, de um limite de 75 segundos para 62,5 segundos foram caracterizados por modificações desprezíveis a FMB (1%) e um aumento pronunciado na DMB (18%). No borboleta masculino, a FMB diminuiu 3% e a DMB aumentou 24%. Em outras palavras, um desempenho melhor resultava quase que inteiramente pelo fato de ter havido um aumento do DMB. Estes resultados (9) significavam a comparação de nadadores menos habilidosos com aqueles mais habilidosos (melhores desempenhos independente de sua magnitude), fato este registrado pelos tempos alcançados, tempos esses que não podem ser comparados com os resultados mais recentes, que provavelmente se apresentariam como sendo mais rápidos. Ainda segundo esta pesquisa (9), diferenças entre desempenho entre homens e mulheres competindo no mesmo nado parecem ser atribuídas diretamente as diferenças na DMB, enquanto os valores da FMB são bastante similares.
Já o estudo (2) medindo nadadores adultos de diferentes habilidades que haviam participado da equipe competitiva de nível escolar, sendo que alguns deles chegaram as finais do campeonato nacional norte-americano, e também analisando os resultados dos nadadores que participaram da seletiva americana de natação para os jogos olímpicos de 1976, procuraram estudar as relações básicas entre FMB, DMB e a velocidade. Eles criaram um modelo para uma curva muito interessante - curva FMB-v - onde permitia identificar pontos ótimos de aumento da FMB e ganho da v, sem perda da DMB. O aspecto comum destas curvas, foi que houve um aumento da velocidade com uma combinação de aumento na frequência e uma diminuição no comprimento de braçada.
Como curiosidade, estas curvas foram conseguidas pedindo para os nadadores executarem várias vezes uma distância de 22 metros nadando com o mais longo comprimento à mais rápida frequência, até o ponto em que os valores de aumento da frequência não mais podiam contribuir com o aumento da velocidade. Nos nados crawl, costas e borboleta, eles puderam definir a FMB a v ideais para uma DMB máxima para ambos os sexos e que eram similares. Houve uma diminuição da FMB de acordo com a distância nadada em todas as provas, sendo que no nado livre, dos 100 para os 400 metros, as mulheres toleravam uma FMB maior do que os homens, talvez por incapacidade de aumentar ou manter a DMB. Dos 100 para os 200 metros, a DMB aumentou nos nados livre (crawl), peito e costas para o sexo masculino e peito e costas para o feminino, sendo que para ambos os sexos no nado borboleta houve uma diminuição em DMB.
Em outro trabalho (10) seguindo esta linha de pesquisa, os autores compararam os resultados da US Olympic Trials de 1976 com os de 1984. As relações entre Vm e FMB foram as mesmas em todos os quatro nadadores provas observadas em 1976, mostrando uma tendência de manutenção do fenômeno.
Quando comparadas as duas competições, no sexo feminino em 8 das 10 provas obtiveram diferenças significativas com vantagem à 1984 em relação a uma maior DMB e uma menor FMB para uma maior Vm. No masculino isto aconteceu apenas em duas provas. Salienta-se que algumas modificações aconteceram na FMB e na DMB de algumas provas, independente das diferenças de velocidade de uma competição para a outra.
Também foram comparados os finalistas B de 1984 com um grupo de nadadores do mesmo ano que havia nadado de 3 a 7% menos veloz em cada prova, para verificar a relação entre as variáveis DMB e FMB, considerando assim o segundo grupo como de menos habilidosos. Das 10 provas estudadas nove das masculinas e 7 femininas foram diferentes significativamente, apontando para um maior DMB e um menor FMB, indicando assim, de acordo com os autores, que as melhorias e a superioridade na mecânica dos nados puderam ser refletidas na FMB e na DMB usados para nadar uma prova.
Outros estudiosos já citados (8) analisaram os nadadores dos Jogos Olímpicos de Seul - 1988. Com o objetivo de fornecer dados dos eventos nadados com base para futuras comparações, analisaram estatisticamente a idade, a altura, o tempo final das provas e após cálculos através de filmagem e com a ajuda de um programa de computador, correlacionaram essas variáveis com a DMB e a FMB.
As correlações encontradas de DMB com o TF das provas foram todas negativas, tanto para os 50, 100 e 200 metros e com valores diferentes significativamente. Isto indica uma relação positiva entre DMB dos nadadores e seus desempenhos. Identificou-se, também, com isso que os melhores nadadores possuíam uma maior DMB. Esta demonstração clara da importância da DMB no desempenho não foi mostrada na variável FMB. Em uma comparação entre os sexos, o homem era mais velho, mais alto, tinha uma maior FMB e um maior DMB do que as mulheres, além de ser mais rápido em todas as provas.
Quando comparações foram feitas dos quatro nados para os 100 e 200 metros, para homens e mulheres, não houve diferença significativa na idade e altura entre os competidores do mesmo sexo das duas distâncias. Houve, contudo, diferença significativa entre a FMB e a DMB. Para todos os quatro nados nas provas de 200 metros, a DMB foi maior e a FMB menor do que nos 100 metros, para ambos os sexos, mostrando diferenças nas técnicas de nado pela mudança de estratégia.
No Brasil alguns trabalhos já foram publicados sobre o tema. Sempre procurando estudar os nadadores de elite nacional para analisar e caracterizar o processo competitivo da natação de alto rendimento, encontramos, através dos resultados das pesquisas, que os nadadores brasileiros de ambos os sexos, quando mais velozes, não apresentam uma relação eficiente da DMB e da FMB, com aquelas esperadas em função dos dados encontrados na literatura.
Em um desses trabalhos, comparamos a Vm, a FMB e a DMB de nadadores velocistas de nível nacional (na época os 9 melhores velocistas dos 100 metros nado livre do país), com nadadores de nível regional (atletas de um clube do interior do Estado do Rio de Janeiro, sem índices estaduais), e nadadores de nível mundial (os três primeiros colocados dos 100 metros nado livre dos Jogos Olímpicos de Seul-88). Como se esperava, as Vm foram sempre favoráveis aos nadadores mundiais, nacionais e regionais, respectivamente.
Os resultadas deste trabalho indicaram que quanto maior o nível competitivo do nadador maior serão os valores de DMB e menos NB dadas em uma prova. Ou seja, os nadadores mais habilidosos nadam com maior Vm e também com maior DMB.
Outra conclusão importante é que em velocidades próximas as máximas (exemplo "tiro" de 12,5 m), uma maior FMB e uma menor DMB será atingida quando o mesmo nadador for comparado ao seu próprio desempenho em Vm que não seja a máxima. Assim, se nos 100 metros nado livre nada-se a 2,0 m/s, com 70 braçadas durante todo o percurso (FMB=84 ciclos/min, e DMB= 1,43 m/ciclo), com certeza para se atingir 2,2 m/s ou acima disso, o nadador deverá aumentar a sua FMB e diminuir a DMB, ambas em torno de 25 a 30%. Ainda neste trabalho, o grupo de nadadores de nível nacional não foi capaz de utilizar a sua maior habilidade e preparo competitivo para atingir uma maior Vm do que os nadadores regionais, pois não apresentaram uma menor FMB. Isto indicou que, provavelmente, este grupo de nadadores deveria buscar durante os treinos uma melhor relação entre DMB e FMB para, possivelmente, superarem os seus tempos.
Este fato foi confirmado em outro trabalho, levando-se em consideração o desempenho de nadadores brasileiros de alto nível competitivo. Comparamos todas as provas do Troféu Brasil de Natação em suas versões XXIX (São Paulo), XXX (Belo Horizonte) e XXXI (Rio de Janeiro), e apesar de confirmarmos a relação inversa entre FMB e DMB para quase todas as provas em ambos os sexos, quando comparadas as médias das variáveis Vm, FMB, e DMB dos 16 melhores nadadores brasileiros (finalistas A e B) das três competições, não foi possível identificar diferenças estatisticamente significativas que demonstrassem "evolução" quanto ao desempenho desses nadadores que seriam representados pela diminuição da Vm e da FMB, e um aumento da DMB, tanto no sexo masculino quanto no feminino. Se comparados somente o desempenho dos finalistas das séries A, ou seja nadadores mais rápidos, a prova dos 100 metros nado livre masculino apresentou diferença significativa na Vm, com uma tendência à diminuição da FMB e aumento da DMB.
Apenas nos 100 metros nado borboleta e nos 100 metros nado livre do sexo feminino é que uma relação maior entre NB e FMB foi mostrada. Somente em três provas (100 metros livre e 100 metros costas masculino e 200 metros borboleta feminino), foram encontradas correlações significativas entre o NB e a média do tempo final das provas TF.
Nossos dados confirmam a interação entre DMB e FMB na maioria das provas competitivas da natação brasileira, que se mostra inversamente proporcional. Porém, de uma forma geral, os resultados encontrados para nadadores brasileiros são diferentes daqueles resultados encontrados na literatura.
Quanto a evolução da natação no Brasil, considerando-se não apenas as "estrelas" da natação brasileira, através da análise do TF, da FMB e da DMB, podemos dizer que TF da maioria das provas não vem melhorando significativamente, quando comparadas as médias dos 16, dos 8 dos 4 melhores resultados de cada prova em ambos os sexos de três Troféu Brasil de Natação. As únicas provas que mostraram evolução quanto ao tempo foram: 100 metros livre e 100 metros costas masculino -finalista A (médias de 8 melhores de cada temporada; e os 100 metros costas feminino - 4 primeiras colocadas somente.
Os nadadores e nadadoras finalistas A e aqueles colocados entre os 4 primeiros lugares sempre tiveram as suas médias de TF e na maioria das provas DMB e FMB melhores do que dos nadadores finalistas B e colocados entre o quinto e o oitavo lugares, respectivamente. Por exemplo: enquanto os 4 melhores nos 100 metros livre (nadadores mais habilidosos) possuíam média nas três competições de TF=51,95s, DMB=1,31m/ciclo e FMB=88,7 ciclos/min, com NB=76,8, os nadadores de quinto a oitavo lugares (nadadores menos habilidosos} apresentaram médias de TF=52,89s, DMB=1,20 m/ciclo, FMB=95,1 ciclos/min e NB=84.
Os nossos resultados, quando comparados com dados da literatura internacional, evidenciam uma tendência nem sempre positiva da relação entre as variáveis Vm, FMB e DMB, sugerindo que os programas de treinamento realizados para os nadadores que participam do Troféu Brasil de Natação necessitam de uma maior atenção quanto ao controle dessas variáveis que aqui foram analisadas.
Não adianta um nadador ou uma nadadora "sofrer" para tentar abaixar o seu tempo em uma determinada distância durante os seus treinamentos se a sua eficiência mecânica, avaliada indiretamente através da relação entre FMB e DMB, estiver ruim. Pelo contrário, quando se pensa que o atleta está melhorando, na verdade pode estar caminhando para uma piora irreversível.
Todos os resultados encontrados, em geral superestimam as velocidades dos nados nas provas estudadas e os valores de DMB e FMB encontrados em torno de 3.0% em média, visto que a interferência da saída e das viradas faz com que qualquer relação com a velocidade seja levada em consideração no momento da análise quantitativa dos dados para interferência dos mesmos, apesar de este problema não ter sido foco dos estudos.
RELAÇÃO ENTRE CONCENTRAÇÃO DE LACTATO SANGUÍNEO,FMB E DMB
A tolerância ao lactato ou a capacidade anaeróbia possui um importante papel na manutenção de uma ótima técnica de nado.
Não há uma conclusão exata sobre as relações entre velocidade a ser nadada em uma prova e o quanto o nadador ou nadadora se empenha em manter uma alta FMB ou DMB.
Existem diferentes tipos de nadadores velocistas: aqueles que atingem níveis de desempenho apoiados em força máxima e na capacidade anaeróbia, mantendo assim uma longa DMB, e outros que podem manter mais altas FMB por causa da melhor capacidade aeróbia e, portanto, níveis de lactato mais baixos a velocidades mais altas.
Quando um nível de intensidade selecionada é usado como meio de treinamento a relação entre as variáveis FMB e DMB não será necessariamente de acordo com a relação total até agora referida. Os resultados mostram que durante o treinamento em baixa intensidade (entende-se, de acordo com alguns estudos como "baixas intensidades" aqueles esforços desenvolvidos pelos nadadores e nadadoras que tenham como efeito uma produção de lactato sanguíneo abaixo de 2 mmol.) é benéfico praticar um alongamento da DMB, no sentido de desenvolver a capacidade de endurance muscular local. Obviamente, o volume a ser utilizado como estímulo para atingir este objetivo dependerá de diversas variáveis, como por exemplo o estilo e a manutenção da técnica do nado durante as séries, as respostas cardiovasculares concomitantes, e outras.
Em intensidades médias (como "intensidades médias" entende-se o esforço que produza entre 2 a 8 mmol. de lactato sanguíneo) é importante tentar resistir a diminuição na DMB enquanto que um aumento na FMB deverá ser objetivado, no sentido de desenvolver maior economia mecânica e portanto potência muscular. À médias intensidades a relação entre Vm, FMB, DMB e concentração de lactato sanguíneo parece ser bem mais clara do que à altas intensidades, já que a variabilidade dessas inter-relações no segundo caso é bem maior.
O lactato sanguíneo se correlaciona positivamente com a DMB às intensidades baixas e negativamente às intensidades médias. Em qualquer intensidade, a relação entre DMB e FMB é sempre inversa.
Ao avaliar os nadadores, técnicos e atletas devem tomar cuidado pois, em alguns momentos da temporada o objetivo pode ser de "resistir" a concentração de lactato e em algumas séries a perda de eficiência pode não significar prejuízo para o programa de treinamento. Por exemplo, o nadador que precisa fazer uma série de 1O x 100 de crawl a 90% iniciando com uma FMB de 90 ciclos/min e uma DMB de 1,30 m/ciclo, conseguindo manter o tempo até o último estímulo porém, terminando a série com 94 ciclos/min de FMB e 1,25 m/ciclos de DMB teve na verdade uma piora na eficiência mecânica, podendo dessa forma levantar a hipótese de que se essas sessões tornarem-se frequentes, o nadador em vez de estar treinando para melhorar ele estará treinando para piorar, sendo este fato um erro sério principalmente na fase específica do treinamento.
RELAÇÃO DE VARIÁVEIS ANTROPOMÉTRICAS COM VM, FMB E DMB
Foi demonstrado (12) que as características antropométricas possuem importante influência na FMB e principalmente na DMB.
Em geral todas as correlações encontradas entre medidas antropométricas e DMB são positivas, demonstrando que quanto maiores os comprimentos dos segmentos de membros superiores e inferiores maiores são as possibilidades de se encontrar DMB mais longas. A tendência com relação a FMB é de correlações negativas.
Das medidas antropométricas que podem ser mensuradas rotineiramente em nadadores e nadadoras, as alturas e diâmetros parecem ser as que melhores correlações apresentam com a FMB e DMB. Das medidas das alturas podemos calcular o tamanho total, assim como os comprimentos de braço, antebraço, mão, dos membros superiores e inferiores como um todo, coxa, perna e também o comprimento do pé. Os diâmetros bi-ilíaco e biacromial podem informar sobre as condições da forma corporal do atleta na predisposição para enfrentar a resistência frontal surgida do fluxo laminar ao se deslocar para frente durante os nados. Além disso, a envergadura pode servir como uma importante medida representativa.
Pesquisas (12) sugerem que atletas de natação competitiva bem treinados, especialistas nas provas de nado livre, que possuam longos membros com mãos e pés largos tem uma predisposição ao sucesso na natação e que a seleção de nadadores e nadadoras competitivas pode ser focalizada sobre estes fatores geneticamente determinados. Apesar de não terem encontrado correlação significativa com a Vm, correlações significativas negativas e positivas entre comprimento do braço e FMB e DMB, respectivamente, foram encontradas por esses pesquisadores.
O tamanho dos membros superiores faz parte de um conjunto de características antropométricas do nadador importantes para a sua Vm.
Em trabalho que realizamos no Brasil foram avaliados nadadores e nadadoras capixabas dos 100 metros livre. As medidas antropométricas foram: dobras cutâneas, diâmetro de úmero e fêmur e circunferência de braço e perna para cálculo do somatotipo; e as alturas do membro superior para o cálculo dos comprimentos; além do peso corporal; estatura corporal. Correlações significativas da Vm com os comprimentos de membro superior (MSS), braço (B), antebraço (ANT), mão (M), envergadura (ENV), diâmetro biacromial (BIAC) e não com a altura (ALT), foram encontradas somente para o sexo masculino.
Correlação de média para forte foi encontrada entre Vm e DMB para ambos os sexos, sendo significativo somente para o sexo masculino. Isto comprova os dados da literatura que mostram uma tendência maior da influência da DMB do que da FMB no desempenho do nadador.
Todas as correlações de DMB com as medidas do MSS, B, ANT, M, ENV, ALT e BIAC foram positivas, sendo que somente esta última não foi significante para os homens. Já com relação a FMB todas as correlações com as medidas antropométricas foram negativas, sendo que, MSS, ANT, e M para o sexo masculino foram significantes e mais uma vez o ANT feminino apresentou correlação inversa.
Os nossos dados confirmam ainda a relação diretamente inversa entre DMB e FMB para os dois sexos (r = 0.80 e =0.81 para sexo masculino e feminino respectivamente). A medida de envergadura para o sexo masculino parece ser uma variável que pode representar as mesmas relações encontradas pelas outras medidas do comprimento dos membros superiores, excetuando-se a FMB. O mesmo não pode ser demonstrado para a sexo feminino. Portanto, os nossos dados indicam uma forte relação entre os comprimentos de MSS, B, ANT, M, ENV, e BIAC, determinados geneticamente, com a diminuição da FMB e o aumento da DMB usados pelos nadadores capixabas de 100 metros livre masculino. Estas mesmas relações não foram confirmadas para nadadoras.
É importante ressaltar que, apesar disso, apenas ter maiores comprimentos dos membros superiores, inferiores ou mais simplificadamente ter uma maior altura não gorante um melhor desempenho. É necessário que o treinamento possa dar condições aos nadadores e nadadoras de atingir uma ótima relação entre DMB e FMB.
NÍVEL OLÍMPICO
A importância do papel da DMB para o sucesso na natação foi mostrado claramente para nadadores de nível olímpico, sugerindo-se inferir este fato paro todos os níveis e estilos.
Dados de nadadores de nível nacional em nosso país, entre eles nadadores de nível internacional, confirmam a relação entre as variáveis NB, FMB e DMB, ou seja, quanto maior for o NB, maior a FMB e menor a DMB. Porém, a relação com a DMB é mais pronunciada do que com a FMB. Além disso, quanto melhor for a habilidade aquática do nadador em se apoiar na água e ir à frente, maior for o seu nível de treinamento, com certeza ele terá um menor NB e FMB e uma maior DMB, se comparado a um nadador de menor habilidade e treinabilidade. Fica claro também que para este mesmo nadador melhorar o seu desempenho, ou seja abaixar o seu tempo em uma determinada distância, o mesmo terá que aumentar a sua FMB, mantendo o máximo possível a sua DMB.
Quanto a evolução da natação brasileira, sem considerar somente as estrelas de nível olímpico como Fernando Scherer e Gustavo Borges (Figura), mas sim a maioria dos nadadores em nível nacional, poderíamos dizer que não está existindo evolução quanto as variáveis Vm, CMB e FMB na maioria das provas masculinas e femininas do Troféu Brasil de Natação.
Apenas nos 100 metros borboleta e nos 100 metros livre do sexo feminino é que uma relação maior entre NB e FMB foi mostrada. Somente em três provas (100 metros livre e 100 metros costas masculinos e 200 metros borboleta feminino), foram encontradas correlações significativas entre NB e TF.
Nossos dados confirmam a interação entre DMB e FMB na maioria das provas competitivas da natação brasileira, que se mostra inversamente proporcional.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Quanto a evolução da natação no Brasil, considerando-se não apenas as estrelas, através da análise do TF, da FMB e da DMB, podemos dizer que o TF da maioria das provas não vem melhorando significativamente, quando comparadas as médias dos 16, dos 8 ou dos 4 melhores resultados de cada prova em ambos os sexos de três Troféu Brasil de Natação. As únicas provas que mostraram evolução quanto ao tempo foram: 100 metros livre e 100 metras costas masculino - finalista A (médias dos 8 melhores de cada temporada): e os 100 metros costas feminino - 4 primeiras colocadas somente.
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aArtigo adaptado para publicação digital, conforme normas de submissão do periódico. Versão impressa original em: Perez AJ. Braçada é a chave do sucesso. Nadar Rev Bras Esp Aquat 1996; 103:19-24.
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